domingo, 14 de junho de 2009

...The solitude of days....

Hoje é dia 13 de Junho. Está um calor abrasador. Na rua ninguém, até os pássaros se esconderam num qualquer refúgio pela sombra.
Fui ao ginasio, mas ao contrário de outros dias hoje não me apetecia fazer nada...fui procurar uma cura para os meus males, através de cada expiração, de cada gota de suor expelida pelos meus poros.
A caminho de casa respirei o ar quente e lembrei-me dos assados na brasa que fazemos no Verão ao ar livre...lembrei-me do cheiro das sardinhas assadas, do crepitar da gordura quando cai nas brasas incandescentes, de comer com as mãos e de sentir uma agradável despreocupação pueril, das mãos e da boca pintadas de gordura, de todas as cores da natureza! Lembrei-me da sonolência tipica de quando terminamos de comer e está calor...e o único pensamento que temos é deitar-nos...e os meus lábios esboçaram um sorriso.
Pensei nele...pensei nas coisas que tinha que lhe perguntar, pensei que se um cão me atacasse e me matasse naquele momento não fazia mal...que se o homem que passou por mim na rua deserta me tivesse dado um tiro quando eu passei por ele não fazia mal, pensei que neste momento a vida não tem piada nenhuma.
Pensei nele...pensei na vida e em todas as coisas que nos acontecem por algum motivo ou fruto de meros acasos...Pensei se o amor é algo que sentimos e que está fora do nosso controle ou se o sentimos apenas porque queremos e quando ele acaba é porque nós já não queremos amar.
Pensei na morte outra vez...se eu morresse num terrível acidente, o que é que as pessoas iam dizer, o que é que o mundo perderia...apenas mais uma pessoa ou alguém que, talvez, pudesse fazer uma mudança positiva que ficasse gravada na história do mundo...e pensei, isso é o que sonhamos todos...mas eu não sonhava com nada disso naquele momento.
Não sonhava nada...via a realidade a passar como uma pintura, via a música ganhar forma com pessoas a dançar com grandes fitas coloridas, desenhando no ar circulos tribais, como a música.
Pensei: hoje vou-me vestir toda de preto...mas também isso já não era nada de novo, era apenas a cor da minha alma hoje...só hoje.

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